A Guerra dos Bálcãs no Cineclube Provocação
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A Guerra dos Bálcãs no Cineclube Provocação

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A Guerra dos Bálcãs no Cineclube Provocação

O Cineclube Provocação realizou em abril o debate do filme “A Mulher Rei” (2022) da  estadunidense Gina Price-Bythewood, um filme épico histórico sobre uma guerreira africana,  general Nanisca do reino de Dahomey,  que treina um grupo de mulheres para proteger o reino do inimigo estrangeiro e da escravidão. A curadoria do mês de maio ficou entre dois filmes sobre mulheres. “As filhas do sol” (2018) da diretora e roteirista francesa Eva Husson, sobre um batalhão de mulheres curdas na guerra da Síria e o avanço das brigadas do Estado Islâmico que transformaria mulheres como botim de guerra e brinquedos sexuais, como acontece em diversos conflitos onde homens são os Senhores da Guerra. O filme selecionado foi “Terra de Amor e Ódio” (In the Land of Bloom and Honey) de 2011 da diretora estadunidense Angelina Jolie, filha do ator John Voight e casada com Brad Pitt entre 2014 a 2019. Neste drama romântico que é a estreia na direção da atriz é uma história de amor, com imagens fortes e cruas de violência e ódio gerado pela Guerra da Bósnia (1992-1995). O filme foi indicado ao Globo de Ouro como melhor filme estrangeiro e ganhou a menção honrosa no Festival de Cinema de Sarajevo e o Stanley Kramer Award dos produtores estadunidenses.

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A Iugoslávia foi um estado no sul da Europa, na península dos Bálcãs, conformado por diversos grupos étnicos e teve protagonismo no estopim da 1ª Guerra Mundial quando em 1914, um nacionalista sérvio, assassina o arquiduque austríaco Francisco Ferdinando em Sarajevo. Iugoslávia foi criada em 1918, como União Eslovênia, Sérvia e Croácia. Após a 2ª Guerra Mundial, a Iugoslávia expulsa os Nazistas antes da chegada do Exército Vermelho, o que permitiu criar uma República Socialista sem a intervenção russa e liderada por Josip Broz Tito, o Marechal Tito (1892-1980), um habilidoso político que através da rotatividade entre os grupos étnicos manteve a tolerância e a governabilidade do país em harmonia. Com a morte de Tito, as diferenças étnicas e políticas acabaram com a dissolução da Iugoslávia e com a Guerra dos Bálcãs. Os territórios que equivalem aproximadamente ao estado de São Paulo, deu origem a novos estados como Eslovénia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Sérvia, Montenegro, Macedônia do Norte e Kosovo.

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A região é conhecida por uma indústria cinematográfica importante com vários prêmios internacionais nos principais festivais da Europa. Um de seus principais expoentes é o sérvio Emir Nemanja Kusturica, nascido em Sarajevo em 1954. Seu primeiro Leão de Prata em Veneza foi com “Lembras-te de Dolly Bell?” de 1981,  ganhou a Palma de Ouro em Cannes com “Quando Papai saiu em viagem de negócios” em 1985, filme indicado ao Oscar como melhor filme em língua estrangeira. Ganhou novamente a Palma de Ouro em 1995, com a comédia “Underground” , uma tentativa de explicar o fim da Iugoslávia. Em 1998,  ganha o Leão de Prata de Veneza pelo filme “Gato Negro, Gato Branco”. Academicamente Kusturica foi professor na Academia de Artes Cênicas de Sarajevo (1981-1988) e assumiu o cargo de professor de direção cinematográfica na Universidade de Columbia, em Nova York. Realizou o documentário “Maradona By Kusturica” em 2008 e “Pepe, uma vida suprema” em 2013, sobre o recém-falecido José Mojica, um símbolo da esquerda latino-americana.

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Outros filmes importantes sobre o conflito, premiado com o Oscar ao melhor filme estrangeiro de 2002, “Terra de Ninguém” dirigido por Danos Tanovic, uma coprodução Bósnia e Herzegovina, Eslovênia, Itália, Bélgica e Reino Unido, um filme sobre uma guerra entre europeus, brancos e pobres que as potências mundiais não tinham nenhum interesse de intervir. O italiano Sergio Castellitto realiza “Bem-vindo ao Mundo” (2012) com Penélope Cruz, sobre uma mãe que leva o filho adolescente a Sarajevo para conhecer onde foi adotado, durante a Guerra da Bósnia. O realizador Predraq Antonijevic realiza “Savior, a última guerra” (1998) protagonizado por Dennis Quaid e participação de Natassja Kinski, sobre um oficial americano que perde a família em um atentado terrorista islâmico, após sua vingança entra na Legião estrangeira e procura uma guerra justa e acaba na Bósnia. A diretora Jasmila Zbanic realiza “Quo Vadis, Ainda” (2020) indicada ao Oscar de Melhor Filme Internacional, narra a história da Guerra de Bósnia em Srebrenica. Para concluir as realizações da região o diretor servo Srdjan Spasojevic realiza em 2010 “A Serbian Filme, Terror sem limites” um filme que não dialoga com a Guerra dos Bálcãs, mas com as consequências da voracidade e a falta de escrúpulos. Filme proibido em muitos países, no Brasil foi proibido em 2011. A historia de um ator pornô que está no fim de carreira e concorda participar de um filme com muita aventura, porem é levado a fazer cenas com abuso infantil e necrofilia. Um filme que circula no mundo do Underground audiovisual do  mundo.

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O filme escolhido por Jolie para ser seu primeiro projeto na direção não esta livre de polêmicas, acusada de plágio por Josep Knezevic, que publicou “The Soul Shattering” em 2007, alegou ter feito tentativas de contatar os produtores do filme,  entrou com uma ação contra Jolie em 2011. Dois anos depois, o Tribunal Distrital dos Estados Unidos na Califórnia determinou que não foram violados os direitos autorais. Em 2017, Jolie dirige “Primeiro, Mataram o meu Pai”, filme selecionado como representante ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por Camboja, uma das nacionalidades de Angelina Jolie. Filme sobre outro conflito bélico, com histórias de sacrifício e do horror da guerra. A chegada do Khmer Vermelho ao Camboja, realizando a experiência social mais radical realizada no mundo. Um socialismo rural e o abandono das cidades, um genocídio ideológico e também o abandono das potencias mundiais que não encontravam motivos suficientes de intervenção direta, até a chegado do exercito comunista vietnamita que retira os seguidores de Pol Pot que assassinaram mais de 2 milhões de pessoas.

“Terra de Amor e Ódio” de Angelina Jolie pode ser assistido no Youtube gratuitamente e o debate do filme está disponível no canal do Cineclube Provocação.

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Viva o Cinema e Cineclubismo Brasileiro e Goiano.

 

Por Francisco Lillo

 


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